01pol12f1a_425474Brasília, 01 de setembro – A briga para ver quem ocupará o gabinete 20 da Câmara Legislativa promete ser longa, após a cassação de Raad Massouh (PPL), na última quarta-feira. Três nomes aparecem para a disputa: Paulo Roriz (PP), que já ocupou a vaga quando Raad foi secretário de Estado, o segundo suplente João Luiz Arantes (PHS), que não parece interessado no cargo, e o único que permaneceu no Democratas, partido que teoricamente seria o “dono” do mandato, Tatu do Bem, que promete ir a Justiça Eleitoral para garantir sua posse.

O favorito para ocupar o posto, é o ex-distrital Paulo Roriz, por ser o suplente imediato à vaga. Está até com posse marcada para a segunda-feira.

Consulta à procuradoria

Para garantir que tudo seja feito de acordo com a legalidade, o presidente da Casa, Wasny de Roure (PT) preferiu consultar a Procuradoria da Câmara Legislativa antes da publicação de posse que dará parecer sobre quem deverá ficar com a vaga de Raad.

“Eu recebi o Tatu do Bem em meu gabinete e uma ligação do Alberto Fraga, presidente do DEM, que me consultaram sobre quem tomará posse, mas estou aguardando o parecer da Procuradoria para só então me posicionar”, afirma o presidente. Ele completa: “Nas primeiras conversas com o procurador o entendimento é que seja mesmo o Paulo Roriz, mas só poderei falar algo com o parecer por escrito”.

Segundo o entendimento do DEM, a posse de Paulo Roriz ferirá a Lei Eleitoral, que confere o mandato ao partido ou a coligação que elegeu o titular. Nas eleições de 2010, a legenda não fez coligações com nenhum outro grupo, sendo todos os suplentes do próprio DEM.

“O Paulo Roriz não pertence ao partido. Já produzimos uma peça com um mandado de segurança para que ele não seja empossado”, anunciou o presidente do DEM, que pediu a Wasny a posse de Tatu.

Má fé

O terceiro suplente acusa Paulo Roriz de usar de má-fé com o partido, que não pediu sua suplência antes. “O Paulinho sempre disse que estava no PEN, o que lhe garantiria o direito de ficar com o mandato, porque ele seria considerado fundador. Mas não foi isso que aconteceu e ele nunca militou no partido, usando de má-fé com a gente”, conta Tatu. Ele lembra as mágoas que ficaram contra os ex-companheiro de partido. “Eu o ajudei a chegar onde ele está com meus votos e ele nunca me deu um bom dia”, lamenta.

Posse não fecha disputa, que irá ao TRE

Não há previsão para que a questão seja resolvida, já que a decisão deverá ser levada as instâncias da Justiça Eleitoral. Paulo Roriz (na foto) é o favorito para assumir, mas sua posse, mesmo autorizada pela Câmara, será contestada pelo DEM no Tribunal Regional Eleitoral. O imbróglio só deverá ser solucionado em meados de 2014.

Nó cego no troca-troca

1 Durante as eleições de 2010, o Democratas do Distrito Federal passava por uma crise, por conta dos escândalos que derrubaram dois de seus principais nomes, o governador José Roberto Arruda e o vice Paulo Octávio.

2 Com problemas para a formar alianças, o partido decidiu por uma chapa pura, para a disputa do Legislativo local e elegeu Raad Massouh e Eliana Pedrosa, que depois deixaram a legenda.

3 Com 18 mil votos, Raad Massouh foi eleito o títular da vaga, tendo por primeiro suplente Paulo Roriz, com 16 mil votos.

4 Pela ordem Tatu do Bem, com 3.170 votos, ainda seria precedido por João Luiz Arantes, que foi subsecretário de Saúde no governo de José Roberto Arruda e acusado no esquema delatado por Durval Barbosa.

5De 2010 para cá, apenas Tatu do Bem permaneceu no Democratas, pois Raad Massouh se transferiu para o PPL e Paulo Roriz, depois de assinar ficha do PEN, foi para o PP. João Luiz Arantes se filou ao PHS.

6Por ser de uma chapa pura, Tatu é suplente da lista do DEM e não de Raad.