Brasília, 16 de abril – Duas semanas após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter anunciado a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de móveis, o cliente continua sem sentir no bolso os efeitos da medida. Um levantamento realizado nos sites das redes Ponto Frio, Casas Bahia, Magazine Luiza, Lojas Colombo e Extra constatou que dos sete produtos analisados em 27 de março – um dia após o anúncio do governo – e em 11 de abril, poucos ficaram mais baratos.
Foram cotados os preços de dez modelos de camas, guarda-roupas, kits de cozinha e sofás. No total, o levantamento apurou 20 preços antes e depois do IPI, sendo um de cada varejista para cada produto. Quase metade (nove) dos valores aumentou após duas semanas. Apenas três caíram, e outros oito ficaram no mesmo patamar, ou o produto deixou de aparecer no site da empresa.
Além de móveis, foram observados também os preços de três produtos de linha branca (máquina de lavar roupas, geladeira e fogão), que tiveram a prorrogação da redução do imposto por mais três meses. Neste caso, o preço ficou mais salgado para o consumidor em um terço das verificações. A geladeira foi exceção e não ficou mais cara em nenhum dos cinco estabelecimentos (veja na tabela abaixo).
Segundo a Receita Federal, não existe nenhuma resolução ou lei que obrigue as redes varejistas a repassar a queda do IPI para os consumidores finais. No entanto, as empresas geralmente optam por reduzir os preços ao cliente como estratégia de mercado, para bater a concorrência. Como sabem que os consumidores tendem a ficar mais animados a comprar, as lojas anunciam a redução do IPI e, em alguns casos, aproveitam para colocar em promoção produtos de linhas antigas, segundo Wilson Pires Justo, diretor de marketing da Sorocred.
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