Ao comparar o custo da cesta e o salário líquido (descontada a Previdência Social), o Dieese estimou que quem ganha o piso nacional comprometeu 46,91% da remuneração, em fevereiro

Correio Braziliense

O custo da cesta básica conjunto de alimentos essenciais para a manutenção de um trabalhador e sua família durante um mês, subiu em 10 capitais, em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 cidades. Para bancar o essencial, uma família de quatro pessoas deveria receber pelo menos R$ 4.366,51, ou 4,18 vezes o salário mínimo atual, de R$ 1.045. Ao comparar o custo da cesta e o salário líquido (descontada a Previdência Social), o Dieese estimou que quem ganha o piso nacional comprometeu 46,91% da remuneração, em fevereiro.

As altas mais expressivas foram nas cidades do Nordeste e do Norte: Fortaleza (6,83%), Recife (6,15%), Salvador (5,05%), Natal (4,27%) e Belém (4,18%) As principais quedas foram no Centro-Sul: Campo Grande (-2,75%), Vitória (-2,47%), Porto Alegre (-2,02%) e Goiânia (-1,42%). A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 519,76), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 505,55) e Florianópolis (R$ 493,15). Os menores valores foram em Aracaju (R$ 371,22) e Salvador (R$ 395,49).

Em 12 meses, a cesta teve elevação em quase todas as cidades, com exceção de Aracaju (-2,21%). Os aumentos variaram entre 1,54%, em Campo Grande, e 12,82%, em Belém. Em 2020, os preços acumularam alta em 10 cidades. Merecem destaque, aponta o Dieese, os aumentos registrados em Salvador (9,70%), João Pessoa (8,14%), Fortaleza (6,77%) e Recife (6,72%). As quedas mais importantes foram em Vitória (-3,85%) e Florianópolis (-3,63%).

Com base na determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do mínimo necessário. No mês passado, esse valor deveria ter sido de R$ 4.366,51.