download (1)Brasília, 27 de maio – A desaceleração na economia está batendo forte nas receitas do governo. Mesmo alcançando um desempenho recorde em abril, a Receita Federal anunciou nessa segunda-feira (26/5) que baixou de 3,5% para 3% a previsão de crescimento da arrecadação de tributos em 2014. O fraco desempenho da indústria no primeiro trimestre, que levou empresas, como montadoras de automóveis, a dar férias coletivas e cortar a produção, fez o total recolhido com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e com a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) encolher R$ 1,8 bilhão de janeiro a abril, uma queda de 2,2%, na comparação com mesmo período de 2013. Diante desse cenário, o mercado aposta que nem mesmo os 3% prometidos serão alcançados.

Nos quatro primeiros meses do ano, a receita total com impostos cresceu apenas 1,78%, em termos reais (descontada a inflação), percentual muito abaixo do necessário para o governo cumprir a meta de superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública), de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 99 bilhões. Para o economista Raul Velloso, especialista em finanças governamentais, o objetivo dificilmente será alcançado apenas com o recolhimento regular de tributos.