Brasília, 27 de março – A oposição está fazendo uma manobra para inviabilizar o projeto que autoriza o governo a fazer empréstimos e ceder a instituições financeiras públicas os créditos decorrentes de royalties e o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, parece esta compactuando com a estratégia.
O primeiro passo na estratégia foi atrasar o requerimento de urgência de dois projetos relacionados à PEC dos royalties usando como pretexto o fato de que para a publicação da proposta no Diário Oficial, seria necessária a assinatura do primeiro secretário da Mesa Diretora, Paulo Azi (DEM), que estava viajando.
Todos sabiam que o terceiro secretário, Fabricio Falcão poderia assinar, mas ficaram esperando a volta de Azi. Ontem, finalmente, foi aprovado o requerimento de urgência do PLs 20.757, que regulamenta os percentuais de aplicação dos royalties da exploração mineral e o líder do governo, deputado Zé Neto (PT) tentou aprovar também a urgência para o projeto PL 20.758, que permite ao estado fazer empréstimos e antecipar receita dos royalties, e também estava na ordem do dia.
Mas o requerimento foi retirado da pauta pelo presidente Marcelo Nilo em atendimento a questão de ordem do deputado Paulo Azi (DEM), que mostrou discordância na apreciação de urgência a um projeto que depende da aprovação de outro (o PL 20.757).
Nilo afirma que não se trata de retaliação porque não foi escolhido como vice na chapa do governo e afirma que aceitou, argumentando que se tratava de ser coerente, já que, em dezembro, decisão semelhante foi tomada, quando da não aprovação da primeira votação da PEC dos Royalties.
Para Zé Neto, não havia qualquer inconveniente regimental e as situações de ontem e dezembro eram completamente diversas, mas a estratégia da oposição é clara e tem como objetivo adiar a apreciação da matéria o máximo que puder, para atingir o prazo de seis meses antes da eleição, quando não será possível aprovar qualquer operação de crédito.