Brasília, 15 de abril – Em tempos de inflação em alta e de frustração com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os investimentos estrangeiros diretos, aqueles que são destinados à produção, são um alívio nos indicadores do país. Depois de anos seguidos de recorde, os números ainda se mantêm fortes. Em fevereiro, dado mais recente, o fluxo de recursos vindos de fora foi de US$ 2,65 bilhões, contra US$ 2,13 bilhões no mesmo mês em 2012, apesar do quadro de baixa expansão da atividade econômica. “As empresas estrangeiras estão batendo às nossas portas”, atesta o diretor de fusões e aquisições da Ernst Young Terco, Viktor Andrade. “O potencial de crescimento e amadurecimento da nossa economia é grande”, aposta o gerente de fusões e aquisições da Pricewaterhouse Coopers (PwC), Alexandre Pierantoni.
Só na semana passada, houve dois negócios de peso. Na sexta-feira, a Israel Aerospace Industries anunciou a compra de 40% da IACIT, companhia sediada em São José dos Campos (SP), que fornece serviços e equipamentos nas áreas de controle de tráfego aéreo e marítimo, meteorologia e tecnologia da informação. Dois dias antes, na quarta, foi fechada uma aquisição que vinha sendo discutida há meses — essa na área de agribusiness, em que a competitividade brasileira é notória. A multinacional holandesa DSM comprou a Tortuga, que produz nutrientes para bovinos. Fundada em 1954 por um imigrante italiano, a empresa tem sede em São Paulo e unidades em vários estados. O valor da transação foi divulgado, o que é raro: 440 milhões de euros (R$ 1,12 bilhão).
Correio Braziliense