Brasília, 26 de novembro – Os economistas do mercado financeiro mantiveram, na semana passada, a expectativa de que o ciclo de corte de juros, iniciado pelo Banco Central em agosto do ano passado, será interrompido nesta semana, quando acontece a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da autoridade monetária de 2012.

A previsão do mercado é que os juros continuem no atual patamar de 7,25% ao ano – mínina histórica. Ao todo, o BC baixou os juros em 10 reuniões seguidas do Copom. A estimativa dos analistas das instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira (26), foi captada pelo próprio BC, por meio de pesquisa realizada com mais de 100 bancos, que dá origem ao relatório de mercado, também conhecido por Focus.

A percepção do mercado de que os juros seriam mantidos no Copom deste mês se deve à uma indicação do Banco Central. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária, realizada em outubro, o BC informou que o cenário ainda comportava um “último” corte nos juros – sugerindo que novas reduções não aconteceriam.

A decisão sobre o nível da taxa de juros será conhecida na próxima quarta-feira (28), após as 18h, ao fim do encontro do último Copom deste ano. A previsão dos analistas é que os juros continuarão estáveis no atual patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o final de 2013.

Inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Para a inflação, a expectativa do mercado financeiro, coletada na pesquisa Focus, passou de 5,45% para 5,43% para 2012. Para 2013, entretanto, a estimativa dos analistas dos bancos para a inflação avançou de 5,39% para 5,40%. Ao definir os juros no encontro do Copom desta semana, os diretores e presidente do BC já estão olhando para o cenário de inflação de 2013 e 2014.

Produto Interno Bruto
Já a estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 2013 recuou pela segunda semana consecutiva.

Para 2012, a previsão de alta do PIB caiu de 1,52% para 1,50% na última semana. Para o ano que vem, a expectativa de crescimento da economia recuou de 3,96% para 3,94%.

Com isso, o mercado dá sinais, novamente, de que não acredita na estimativa do Ministério da Fazenda, de que o PIB vá crescer mais de 4% em 2013.

Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de alta de 1,5%, será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 ficou estável em R$ 2,03 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa continuou em R$ 2,02 por dólar.

A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 subiu de US$ 19,20 bilhões para US$ 19,60 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira permaneceu inalterada em US$ 15,52 bilhões.

Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros recuou de US$ 60 bilhões para US$ 59 bilhões na última semana.

G1