Brasília, 24 de junho – O governo jogou a toalha e, diante de sinais cada vez mais claros de enfraquecimento da economia, já admite perseguir um crescimento menor em 2014. A expectativa do mercado financeiro e até de integrantes da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff é que o Banco Central (BC) revisará de 2% para algo em torno de 1,5% a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) no ano.
A nova projeção será divulgada durante apresentação, pelo BC, do relatório trimestral de inflação. O documento contém projeções para diversos indicadores econômicos, como o próprio o custo de vida, o PIB e as contas públicas. Em março, a instituição anunciou a previsão de expansão da economia de 2%. Mesmo naquela época, o número já era considerado excessivamente otimista pelo mercado financeiro, que apostava numa alta de, no máximo, 1,7% (veja arte).
Agora, mais uma vez, as estimativas oficiais — caso se confirme a revisão para 1,5% — estão também descoladas do que pensam os principais analistas de bancos e corretoras do país. Uma prova é que o relatório Focus, que reúne as projeções dos departamentos econômicos de cerca de 100 instituições financeiras, mostrou ontem que o mercado espera uma alta do PIB em 2014 de apenas 1,16%.
Pessimismo
Há quem preveja cenário ainda pior. “Dados recentes sobre a atividade econômica nos levaram a revisar para baixo nossas previsões do PIB”, escreveram, em relatório a clientes, as economistas Adriana Dupita, Fernanda Consorte e Tatiana Pinheiro, do banco Santander. “Esperamos, agora, um magro crescimento de 0,9% este ano, seguido por um resultado também abaixo de 1%, em 2015”, concluíram.