imagesBrasília, 14 de janeiro – Os deputados distritais tiveram, em 2013, o pior desempenho desde as eleições e ainda parte do trabalho produzido em plenário está sendo questionado. O alvo são as emendas destinadas a festas e shows, que viraram ralos por onde escoam parte do dinheiro público. Levantamento da Secretaria de Transparência, feito a pedido do Correio, mostra que 352 processos que passam atualmente por auditoria na pasta se referem a recursos liberados para eventos pelos parlamentares. O total representa 75% dos 470 contratos sob investigação.

Nos últimos dois anos, quase R$ 1 bilhão foi liberado para a área, quase sempre para festas e shows. Os contratos são permeados por suspeitas de irregularidade, principalmente sobre os valores pagos a artistas.

A investigação da Secretaria de Transparência começou há seis meses e deve ser concluída até a primeira quinzena de abril. “É uma auditoria ampla, que envolve 470 processos e tem por base trabalhos anteriores, as contas anuais do governo, que gasta uma quantia relevante com essa área de eventos”, explicou o controlador-geral substituto da pasta, Marcos Tadeu de Andrade.

Entre os questionamentos feitos em cima dos contratos, está o valor dos cachês. Os auditores querem identificar se está sendo cobrado o preço praticado no mercado. Ainda é investigado se os empresários exclusivos de artistas formam algum tipo de cartel e se os processos de inexigibilidade de licitação apresentam evidências de fraudes. Segundo Marcos de Andrade, a auditoria faz parte de exigências do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e de um pacote de alterações para tentar melhorar o processo de contratação.