Brasília, 10 de setembro -Valor devolvido até agora aos contribuinte soma R$ 7 bilhões, 23% a menos que em em 2012, nesta mesma época. Problemas no caixa, medo da inflação e promessa de ampliar repasses a prefeitos e governadores levam o Tesouro a pisar no freio.
As dificuldades de caixa do governo por causa da arrecadação mais fraca neste ano obrigaram o Tesouro Nacional a reter parte das restituições de Imposto de Renda devidas aos contribuintes. Nos primeiros quatro lotes de 2013, foram liberados R$ 7 bilhões, 23% ou R$ 2,1 bilhões a menos do que em 2012 nessa mesma etapa do cronograma. Isso ocorreu apesar de a retenção do IR no contracheque do trabalhador ter batido recorde no ano passado, totalizando R$ 77,3 bilhões, e mais de um milhão de pessoas terem sido apanhadas pelas garras do Leão.
O Tesouro, por meio de nota, informou que tem cumprido, rigorosamente, o calendário elaborado com a Secretaria da Receita Federal. Mas técnicos da instituição ouvidos pelo Correio garantem que o pé no freio das restituições tem relação com o fluxo menor de caixa do governo. No ano passado, por ordem da presidente Dilma Rousseff, a Receita antecipou ao máximo as restituições para reforçar o orçamento das famílias e, dessa forma, manter o consumo aquecido. Mesmo assim, o crescimento da economia em 2012 não passou de 0,9%.
Até o início de junho passado, essa política de superlotes estava garantida, tanto que a primeira liberação, no dia 15 daquele mês, foi recorde, totalizando R$ 2,8 bilhões. Mas, com a arrecadação mais fraca que o esperado e a necessidade de formar um superavit primário convincente, equivalente a pelo menos 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), para recuperar a confiança do mercado, o governo optou por ser menos generoso com os contribuintes.