Brasília, 11 de outubro – Entre a redução de juros pelo Banco Central (BC) e o impacto dessa queda para o consumidor há um vão. Na ponta do lápis, a queda da Selic em 0,25 ponto percentual surte pequeno efeito na vida das famílias (veja quadro). Segundo simulações da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média das operações de crédito deve encolher 0,45 ponto percentual nas operações com até 12 parcelas: um recuo de 101,64% para 101,18% no ano. Apenas como exemplo, uma geladeira financiada em um ano ficaria R$ 2,26 mais barata com o corte da taxa básica. Por mês, isso corresponde a um desconto de apenas R$ 0,19 na prestação.
Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, uma das razões desse descompasso entre a queda da Selic e um menor custo para o consumidor é a falta de garantias ao banco de que o cliente irá pagar corretamente pelo empréstimo feito. “Em geral, a capacidade jurídica de executar garantias no Brasil é baixa. Tome como exemplo as linhas que possibilitam a retomada do bem, como os financiamento automotivo, imobiliário e consignado. Todos eles têm juros mais baixos que outras linhas convencionais”, cita.
Correio Braziliense