Brasília, 18 de fevereiro – Pela décima semana seguida, a expectativa para a expansão do PIB neste ano recua. A projeção é que a economia cresça 2,28%.
Economistas de instituições financeiras reduziram a expectativa para a inflação neste ano e no próximo depois de o Banco Central deixar claro que manterá o ritmo atual de aperto monetário para combater a alta dos preços.
Ao mesmo tempo, mantiveram a perspectiva para a Selic em 2013 e baixaram a projeção para o crescimento econômico.
Segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada, os analistas consultados revisaram a projeção para a inflação em 2013 a 5,75%, ante 5,80% na pesquisa anterior. Para 2014, a expectativa foi a 5,87%, ante 5,90%.
Na sexta-feira (19/07), o IPCA-15 mostrou desaceleração da alta em julho, voltando no acumulado em 12 meses a ficar abaixo do teto da meta do governo ao acumular alta de 6,40%, alimentando a avaliação de que o pior já passou neste ano.
Neste cenário, os economistas mantiveram a projeção de que a Selic encerrará este ano a 9,25%, mas reduziram a perspectiva para 2014 a 9,38%, segundo a mediana das previsões, ante 9,5%. O BC deu continuidade neste mês ao ciclo de aperto monetário elevando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 8,50%.
Na ata dessa reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC repetiu que sua política deve permanecer “especialmente vigilante” e que é “apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso”.
Para a reunião de agosto do Copom, os analistas esperam nova alta de 0,5 ponto percentual, repetindo previsão da semana anterior.
Por sua vez, o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, aponta que a estimativa para a Selic é de 9,50% neste ano, inalterado ante a semana anterior.
Para 2014, a perspectiva também foi mantida em 9,50%. Já a projeção para o IPCA em 2013 é de 6,02%, inalterado ante a semana anterior, enquanto a perspectiva para 2014 foi reduzida a 5,97%, ante 6,30%.
Dólar e crescimento
O Focus mostrou que os economistas elevaram a expectativa para o dólar no final deste ano a R$ 2,24 reais, ante R$ 2,20 reais. Na ata da última reunião do Copom, o BC reconheceu que a depreciação do real ante o dólar representa uma pressão inflacionária no curto prazo.
Em relação ao crescimento econômico, os economistas reduziram pela décima semana seguida a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a 2,28%, ante 2,31% anteriormente. Para 2014, a projeção caiu a 2,60%, ante 2,80%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na semana passada que a atividade brasileira pode crescer entre 2,5% e 3% neste ano.