Brasília, 17 de julho – Depois de recuar quase 2% na véspera, o dólar comercial voltou a subir, anulando boa parte da desvalorização do pregão anterior. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,2544, em alta de 1,35% – o maior ganho diário desde 29 de junho, quando a divisa norte-americana subiu 1,63%.
Na segunda-feira, o dólar registrou a maior desvalorização em mais de um ano. A moeda caiu 1,88%, a R$ 2,2243 na venda.
A desconfiança com a saúde da economia brasileira levou investidores a retirarem capital do país nesta sessão, fazendo com que a moeda norte-americana tivesse um comportamento descolado do exterior.
O volume de negócios ficou levemente abaixo US$ 1,4 bilhão, de acordo com dados da BM&F, nesta sessão, cujo início foi marcado pela queda do dólar, chegando à mínima de R$ 2,2075.
“Hoje a moeda está reagindo à reação exagerada de ontem”, afirmou à Reuters a analista da consultoria 4Cast, Pedro Tuesta. “O Brasil vai desacelerar de qualquer jeito e não tem ninguém dizendo que a economia brasileira vai melhorar. Então, a questão é: por que o real deveria subir?”
Analistas e operadores do mercado financeiro vinham sustentando que o dólar estava numa tendência de alta no Brasil, podendo testar limites mais próximos de R$ 2,30. Mas com a queda de segunda-feira estimulada pelo crescimento da economia da China, apareceram avaliações de que o dólar poderia entrar numa fase de desvalorização no Brasil.
Também contribuía para a alta no mercado à vista o movimento do dólar no mercado futuro. O contrato com vencimento em agosto estava em alta de quase 1,50%, para R$ 2,261.
No exterior, a moeda dos EUA se desvalorizou pela expectativa de que o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, vai reiterar, em audiência no Congresso norte-americano na quarta-feira, que a política monetária na maior economia do mundo continuará expansionista por mais tempo.