Brasília, 09 de fevereiro de 2015 – A crise financeira que vive o GDF evidencia a necessidade urgente de aumentar a arrecadação local para manter os crescentes gastos com a máquina pública. A taxa média de desemprego em 11,7% — a terceira mais alta entre as regiões metropolitanas brasileiras — e de 26,4% entre os jovens de 16 a 24 anos também é uma preocupação do governo e da sociedade. Especialistas são unânimes em afirmar que a capital precisa, de maneira emergencial, diversificar a matriz produtiva para conseguir manter o equilíbrio na geração de renda e emprego local.
Assunto recorrente entre os últimos governos, as instituições de ensino e os setores econômicos, a vocação produtiva da cidade está novamente em xeque. Se a administração pública é o principal vetor econômico, é hora de pulverizar essa excessiva dependência. “Se não aparecer uma política eficaz para o setor econômico, daqui a quatro anos, a gente vai estar com um deficit acumulado maior do que o atual e com os mesmos problemas financeiros, discutindo de novo a importância de diversificar matriz”, defende Jamal Jorge Bittar, presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
A necessidade de diversificação da matriz econômica do Distrito Federal não é uma discussão recente. Por isso, quando o assunto é colocado em pauta, há um ar de descrença no empresariado. O professor do departamento de economia da UnB Jorge Madeira Nogueira defende que as administrações do governo do DF não conseguem fazer uma real política de desenvolvimento econômico. “Enquanto os gestores públicos acreditarem que diminuir imposto e dar lote é política econômica, nada vai mudar. É preciso pensar em longo prazo. Palo Alto, nos Estados Unidos, não virou o Vale do Silício da noite para o dia. Temos que formar os nossos empreendedores”. José Kobori, professor de finanças públicas do Ibmec no DF, explica que a canetada do Estado sem participação do setor produtivo não é suficiente. “Em uma economia liberal, a necessidade vem muito do próprio mercado. Cabe ao empreendedor identificar nichos e vocações”.
Com o desafio de mudar o marasmo produtivo local, o novo secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Arthur Bernardes, afirma que a pasta fará estudos para direcionar as políticas públicas e evitar erros. Conversas com o setor produtivo também serão realizadas. “Nosso desafio é recuperar a confiança institucional do governo com os empresários. A gente sabe também que vamos procurar uma indústria limpa e tecnológica para o DF”, afirma.
SETORES COM FORÇA DE INVESTIMENTO NO DF
» Tecnologia da informação
» Biotecnologia
» Indústria de mecânica de precisão
» Bolsa de commodities agrícolas
» Fundos de previdência complementar
» Polo logístico