Promoções, pedidos por aplicativos e deliverys são algumas das opções
Correio Braziliense

Com o isolamento social, as comemorações da Páscoa terão que ser adaptadas este ano. Para evitar o crescimento do número de infectados pelo novo coronavírus, os brasilienses vão passar a festividade religiosa reclusos em casa. E, para garantir a celebração da data, os comerciantes se valem de alternativas para que os produtos pascais cheguem aos lares do Distrito Federal.
Promoções, pedidos por aplicativos e deliverys são algumas das opções empregadas. De acordo com o especialista em empreendedorismo Flávio Mikami, a inovação é a principal aliada para superar a crise provocada pela pandemia.“Este é um momento de buscar parcerias, além da solidariedade. Os produtos podem ser vendidos com o propósito de ajudar os mais necessitados”, aponta Flávio. “É importante criar essa corrente do bem”, acrescenta.
A inovação trouxe bons resultados para a confeiteira Tatiene Soares, 24 anos. Há 5 anos no ramo de confecção de ovos de Páscoa artesanais, a empreendedora teve uma boa surpresa, indo na contramão da crise. “Eu achei que a produção cairia bastante por conta do coronavírus, mas, na verdade, quando abrimos a agenda, na segunda semana de março, tivemos cerca de 170 pedidos”, conta. A confeiteira está otimista. “A meta é obter uma renda maior que a do passado”, relata.
Apesar das adaptações dos comerciantes devido à pandemia, o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), prevê que 600 mil ovos sejam vendidos até domingo, 1 milhão de unidades a menos se comparado a 2019. No entanto, o número de confecção de ovos artesanais pode crescer 25%. O órgão prevê, ainda, que o gasto médio por consumidor ficará em torno de R$ 180.
Se não fosse pelas redes sociais, as vendas da confeiteira Amandah Louise Donato, 23 anos, seriam prejudicadas. “Com a pandemia, houve uma diminuição dos pedidos de cerca de 30% a 40%”, contabiliza. Para fechar o mês no azul, ela mudou a estratégia. “Passei a entregar as encomendas, e a promover sorteios pelas redes sociais para aumentar meu público”, comenta. A iniciativa atraiu a funcionária pública Mônica Coimbra, 47, que toda Páscoa compra chocolates. A tradição de se reunir com os parentes, porém, teve de ser adiada. “Eu sempre me reuni com toda minha família. Com o isolamento, vou ficar apenas com a minha filha”, conta.Pescados
O Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindisuper-DF) prevê uma queda de 20% nas vendas de peixes. De acordo com o presidente do Sindisuper, Gilmar Pereira, a compra do bacalhau será a mais prejudicada. “Devido ao alto custo do produto, muitos vão deixar de adquirir”, explica. “Como alternativa para estimular as vendas, muitos supermercados têm começado as promoções”. ilustra.
Apesar do declínio, o diretor da área de pescados do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas do Distrito Federal (Sindigêneros-DF), Renato César Guimarães, afirma que as vendas não foram muito afetadas. “Temos um público bastante fiel na compra de peixes. Felizmente, nosso mercado continua vendendo para redes de supermercados”, afirma.
*Estagiária sob supervisão de Guilherme Marinho