Brasília, 18 de novembro – Após a primeira metade do ano ser marcada pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestres seguidos, finalmente começam a surgir resultados positivos no campo econômico. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) sugerem que o país saiu, ainda que temporariamente, do quadro técnico de recessão em que se encontrava desde janeiro.
Considerado uma prévia do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) avançou 0,59% no terceiro trimestre. Ao todo, são três meses consecutivos de alta, o que se repetiu em setembro, quando o indicador avançou 0,40%, o dobro de agosto (0,20%). Os números vieram acima do que projetava o mercado, uma elevação de 0,20%. Mas, segundo analistas, ainda que acima das expectativas, os resultados recentes do IBC-BR foram insuficientes para tirar a economia do atoleiro.
“Infelizmente, não há nenhum sinal consistente de retomada. No geral, o quadro ainda é bem desolador”, lamentou Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. Em 12 meses, o IBC-BR avançou 0,6%. No acumulado do ano, até setembro, o desempenho é ainda mais fraco. No período, a evolução foi de só 0,01%, o retrato de um país parado ou até pior do que isso.
Os especialistas acreditam que, mesmo havendo uma melhora da atividade econômica no fim do ano, ela não deverá se sustentar por muito tempo. “Prevemos um primeiro semestre mais fraco em 2015 do que será este fim de ano”, observou o economista Wagner Alves, da gestora de recursos Franklin Templeton. Pelos seus cálculos, o PIB deverá oscilar perto de zero entre janeiro e março do ano que vem.