Brasília, 27 de novembro – No dia 29 de novembro, às 9h, está marcado o julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato do Auditor-Fiscal da Secretaria da Fazenda da Bahia, José Raimundo Aras.

O Auditor – que também era sociólogo, fundador da ASEB (Associação dos Sociólogos do Estado da Bahia) e professor – foi morto em outubro de 1996, depois que combateu a chamada “Máfia do Açúcar”, que atuava na região da divisa dos estados da Bahia e Pernambuco, no trecho Juazeiro-Petrolina.

De acordo com o IAF (Instituto dos Auditores-Fiscais do Estado da Bahia), Auditores-Fiscais e servidores do Fisco estadual da Bahia e de Pernambuco se organizam para comparecer ao julgamento, que ocorrerá no Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina (PE). Na acusação, atuará o promotor de Justiça Júlio César Lira, do MP de Pernambuco.

O crime – Os comerciantes atacadistas da região de Juazeiro, Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima, são acusados de autoria intelectual do crime, além de Carlos Robério Vieira Pereira. O assassinato do Auditor-Fiscal teria sido causado em função de autuações fiscais que desvendaram um esquema de sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre Bahia e Pernambuco.

“Sonegação é um crime grave. Prejudica indiretamente a sociedade, com a supressão de verbas para escolas, hospitais, boas estradas. Sonegação também mata”, disse Vladimir Aras, procurador federal e filho da vítima, em matéria publicada no site de notícias Bahia Já.

Justiça – O Sindifisco Nacional entende que a Justiça brasileira tem dado atenção a crimes contra agentes públicos, como o da tentativa de assassinato do Auditor-Fiscal da RFB (Receita Federal do Brasil) José de Jesus Ferreira, que culminou com a condenação do iraniano Farhad Marvizi, mandante do crime.

O Sindifisco se solidariza com a família do Auditor-Fiscal da Secretaria da Fazenda da Bahia, José Raimundo Aras, e com todos os demais Auditores-Fiscais daquele estado. José Raimundo, assim como José de Jesus Ferreira, foi vítima porque trabalhava contra a sonegação de impostos e o crime organizado.

 Sindifisco Nacional