Correio Braziliense/divulgação Presidente do PT/DF

Brasília, 07 de maio – Em uma atitude de rebeldia partidária, o presidente da Câmara, Patrício (PT), tem defendido publicamente a CPI da Arapongagem, criada sob o argumento de investigar denúncias de bisbilhotagem contra políticos, integrantes do Ministério Público e jornalistas. Mas o entendimento do governo, seguido pelo PT, é de que a Comissão Parlamentar de Inquérito teria, na verdade, o objetivo da oposição de gerar desgaste ao governador Agnelo Queiroz (PT). Contrariando, portanto, a vontade do partido e da base de apoio ao governador, Patrício ajudou a criar a CPI. Hoje, será chamado pela legenda para prestar contas. Como lidera o Legislativo, a tendência é que o encontro tenha um caráter de alerta, sem consequências que prejudiquem, a princípio, o distrital. Mas ele será advertido por integrantes da Executiva regional de que não haverá uma próxima atitude solitária sem punição.

Como uma das medidas na tentativa de evitar a criação da CPI da Arapongagem, a Executiva regional do PT fechou questão sobre o assunto e publicou uma nota em que desautorizava os seus integrantes a subscreverem o ato de instalação da Comissão de Inquérito. A bancada do PT na Câmara Legislativa seguiu a orientação, à exceção de Patrício. A atitude gerou um desconforto com o governo e dentro da legenda, que decidiu chamar o petista desgarrado para se explicar. O tom da reunião, agendada para as 19h, será ameno. Não interessa ao governo romper com o presidente da Câmara porque a medida traria mais problemas do que soluções políticas.

Lilian Tahan – Correio Braziliense