20140115070420639142oBrasília, 15 de janeiro – O consumidor pode ir se preparando. Com a inflação sem dar sossego aos brasileiros, o Banco Central (BC) deverá subir novamente, hoje, os juros básicos da economia. A aposta majoritária do mercado financeiro é de que o Comitê de Política Monetária (Copom), um colegiado de diretores da instituição, eleve a Selic em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano. Será a sétima alta consecutiva em menos de um ano. Em abril de 2013, a taxa básica atingiu a mínima histórica, 7,25%, mas não parou de aumentar desde então.Para quem já está com o orçamento doméstico apertado, a escalada dos juros representa uma dificuldade a mais na hora de negociar um empréstimo com o gerente do banco ou conseguir desconto ao comprar algum item no crediário. Mais do que isso. Com o crédito mais caro e escasso, a tendência é que o consumo esfrie. Com menos trabalhadores indo às compras, circulará menos dinheiro na economia, o que afetará, em algum momento, o mercado de trabalho e, posteriormente, a renda das famílias.

“O efeito psicológico já levará o consumidor a colocar o pé no freio”, explicou o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “O trabalhador pode não entender como funciona a alta dos juros, mas lê nos jornais que esse processo provoca desaceleração econômica e corrói a renda. Então, para se precaver de uma possível demissão, ele começa a postergar as compras menos essenciais no dia a dia”, observou.