Secretário de Faz/divulgaçãoBrasília, 29 de maio de 2012

Existe uma guerra dentro da Secretaria?
Ocorreu um embate entre os auditores e os fiscais. Houve uma movimentação para a aprovação da Lei 559 que transformou os fiscais em auditores. Isso fez a arrecadação de novembro cair R$ 80 milhões.

Eles cruzaram os braços?
Sim. Fiquei neutro. Foi uma lei de iniciativa política. Eu não poderia tomar partido. Agora é um fato consumado.

Uma medida recente foi a criação da Junta Orçamentária para definir prioridades na aplicação dos recursos…
É essencial porque precisa trazer o orçamento para o controle do governador. Todos os secretários empenhavam tudo e faziam o que queriam. Com a prioridade, a junta controla a liberação e a execução. Não executou, não recebe. Cada secretário vai executar a prioridade do governo e não a dele.

O senhor é um técnico nomeado por uma indicação política?
Sou um técnico do Ipea. A única pessoa que me sustenta no governo é o governador. Não tenho nenhum deputado a quem recorrer.

Mas o senhor assumiu cargo no governo por indicação do vice-governador Tadeu Filippelli. O atrito entre PT e PMDB atrapalha o seu trabalho?
Não atrapalha. Quem me apresentou ao governador foi o vice e o deputado Pitiman. Mas sempre trabalhei pelo projeto do governador Agnelo. Na fasede transição, fiz uma análise das finanças do governo e depois fui convidado para presidir a Terracap. Meses depois, o governador me sondou se aceitaria a Secretaria de Fazenda. Claro que para mim uma sondagem do governador é uma convocação. E aceitei vir.

O senhor foi indicado por Pitiman e Filippelli mas fez o projeto que  deu superpoderes para a Terracap e tirou
força da Secretaria de Obras que contrariou os dois…
Era uma necessidade. A Terracap não tinha amparo legal para reformar, construir escolas, até mesmo o estádio. E o governador me procurou para dizer: “Você se reporta a mim. A mais ninguém”. Ele me pediu que tirasse a interveniência da Secretaria de Obras. Quando o projeto foi aprovado na Câmara, o Pitiman (então secretário de Obras) rompeu comigo.

O vice também?
Não. Ele ficou mais ou menos neutro na história. Reconheceu que o deputado se exarcebou.

Verdade que o senhor estudou com a presidente Dilma?
Fui colega de faculdade dela e do José Aníbal (PSDB) no curso de Economia em Belo Horizonte. Ela já estava no movimento político. A Dilma sempre foi inteligentíssima, abnegada e mandona. Ela tem o dom do poder.

O que o senhor encontrou na Secretaria de Fazenda?
A secretaria absolutamente destruída. Estamos remontando a informática, construindo e reformando postos fiscais e cadastrando imóveis que não estavam registrados para o IPTU. São mais de 80 mil. Estamos investindo no aumento da arrecadação. Isso é fundamental e já reduzimos de 46,1.% para 45,55% o percentual de gastos com pessoal em relação à receita corrente. É o balanço do último quadrimestre.

Eixo Capital – Correio Braziliense