
Trecho do texto de Noblat
Para bem manter a teia de privilégios, é necessária uma rede de cúmplices, igualmente beneficiados. Nomeações então aparelham a administração, feitas por recomendação ideológica ou intercâmbio de favores, não por merecimento e capacidade. Esse Estado inchado passa a sustentáculo do sistema. Burlando a Constituição, segundo o Jusbrasil, nosso país tem 600 mil funcionários públicos sem concurso, dos quais 23.941 em cargos de confiança (o dado é do Ministério do Planejamento). A França e a Alemanha têm uns 600 cada. Nosso sistema político tem números igualmente exagerados, com excesso de ministérios, de cargos, de deputados, de partidos, de municípios — e a toda hora surgem mais, tudo sustentado com nosso dinheiro. Isso ajuda a explicar o excesso de impostos, os gastos exorbitantes em campanhas milionárias, e a vergonhosa qualidade dos lamentáveis políticos assim eleitos. Sem falar na recusa de cortes no custeio da máquina administrativa.