20150922061847100910uBrasília, 22 de setembro – Integrantes do governo passaram a segunda-feira em reunião com sindicatos a fim de explicar a suspensão por tempo indeterminado do reajuste salarial a 32 categorias. Uma das principais reclamações das entidades, desde o início do ano, é sobre a falta de diálogo por parte do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que, segundo os sindicalistas, toma decisões que afetam a vida dos servidores sem escutar os interessados. Na tentativa de aliviar a tensa relação com os representantes das categorias, o Palácio do Buriti fez um gesto de aproximação ao convidá-los para uma conversa. As associações, no entanto, não se sensibilizaram com os argumentos do Executivo local e deixaram claro: estão dispostas a declarar greve geral, caso o socialista não mude de ideia em relação ao pagamento dos aumentos — as mudanças nas regras da licença-prêmio também causam revolta.

Todas as entidades marcaram paralisação para a próxima quinta-feira, com o objetivo de iniciar a pressão sobre o Buriti, que espera estender as negociações até início do mês que vem. A data limite para manter o diálogo — e os funcionários nas repartições — é o quinto dia útil do mês que vem. Estão marcadas para 7 de outubro as assembleias para oficializar o posicionamento, caso não caiam na conta os vencimentos acrescidos do reajuste negociado pelo governo passado. No fim das contas, o caso deve parar na Justiça. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores prometem não recuar, o GDF alega não ter dinheiro e diz ser impossível mudar de posição.

Sem utilidade
O encontro de ontem, de acordo com a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, “não serviu de nada”. “Não teve avanço nenhum. O governo pediu compreensão, mas rejeitamos o pedido. Não vamos pagar pela crise. O governador vai ter que rebolar, se unir à Câmara Legislativa, encontrar alguma solução”, aponta. Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores, também critica o GDF. “A categoria não vai aceitar nenhuma retirada de direito. Diante de qualquer manobra do governo de não pagar, não teremos outra alternativa, a não ser entrar em greve”, promete.

O secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, afirma que não há verba para honrar os reajustes, mas acredita que as partes envolvidas chegarão a um “ponto de equilíbrio”. “Greve nunca é bom para a cidade. Estudamos outras medidas para trazer mais recursos ao nosso caixa. Marcamos uma nova reunião com as entidades para semana que vem, mas, se houver novidades, podemos antecipar as conversas”, diz.