download (1)Brasília, 27 de março – A economia do Brasil deve crescer 2% este ano, segundo estimativa do Banco Central. A previsão consta do relatório de inflação do primeiro trimestre, publicado nesta quinta-feira (27). Foi a primeira vez que o BC fez previsão para o crescimento econômico de todo este ano.

O número está um pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta do PIB, feita na semana passada, é de 1,7% para 2014. O valor, porém, está abaixo da estimativa que consta no orçamento deste ano, de alta de 2,5% no PIB – previsão foi feita pelo Ministério da Fazenda.

Resultado de 2013
O IBGE informou, no fim do mês passado, que o PIB de 2013 avançou 2,3%. Com isso, houve aceleração frente ao resultado de 2012 (+1%). A alta teve  forte influência do desempenho da agropecuária, que teve expansão de 7% – a maior desde 1996.

Entre uma lista de países selecionados e apresentados pelo IBGE, o crescimento da economia brasileira em 2013 aparece como o terceiro maior, atrás apenas da expansão de 7,7% da China e de 2,8% da Coreia do Sul.

Segundo avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no fim do mês passado, o ano de 2013 foi “difícil” para a economia mundial, incluindo o Brasil, por conta do baixo nível de atividade e da retirada dos estímulos nos Estados Unidos, mas o crescimento tende a ser “um pouco maior” no país este ano.

Por setores
O BC previu uma expansão de 3,5% para a produção agropecuária neste ano, contra 7% de alta observada em 2013. Já a projeção de crescimento para a produção da indústria
em 2014 é de 1,5% neste ano, em comparação com a alta de 1,3% registrada em 2013.

“Nesse contexto, destaca-se a reversão, de -2,8% para 4%, para o desempenho da indústria extrativa mineral, e o crescimento de 0,5% da indústria de transformação. Para as atividades construção e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, estimam-se crescimentos respectivos de 1,1% e 3,7%, no período”, acrescentou a autoridade monetária.

Já pelo lado da demanda, o BC projetou um crescimento de 2% para o consumo das famílias neste ano (contra os 2,3% registrados em 2013), “amparado no cenário de manutenção das baixas taxas de desemprego e de ganhos reais de salários moderados”.

De acordo com as estimativas da autoridade monetária, o consumo do governo, por sua vez, deverá subir 2,1% em 2014 e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja, os investimentos, deverão ter alta de 1% neste ano – contra 6,3% no em 2013. “Cabe notar que a perspectiva de desaceleração na FBCF [investimentos] em 2014 reflete, em parte, o carregamento estatístico do último trimestre de 2013”, informou o BC.

Segundo as projeções da instituição, as exportações e as importações de bens e serviços devem crescer 1,3% e 0,9%, respectivamente, em 2104, ante elevações de 2,5% e 8,4%, respectivamente, observadas em 2013. “As exportações devem se beneficiar do cenário de maior crescimento global e da depreciação do real, a qual também deve contribuir para o arrefecimento das importações”, acrescentou.

Nesse cenário, finaliza a autoridade monetária, o aumento anual de 2% do PIB, projetado para 2014, “estará condicionado à contribuição de 2 pontos percentuais da demanda interna e ao impacto nulo, portanto, do setor externo”.