Brasil, 25 de abril – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou em ata divulgada nesta quinta-feira (25) que a decisão da semana passada de elevar a taxa de juros, de 7,25% para 7,50% ao ano, se deve à necessidade de “neutralizar risco” de disparada da inflação no país, principalmente em 2014.
“O julgamento de todos os membros do Copom é convergente no que se refere à necessidade de uma ação de política monetária destinada a neutralizar riscos que se apresentam no cenário prospectivo para a inflação, notadamente para o próximo ano”, informa ata do Copom.
No documento, porém, há a ressalva de que parte dos membros do colegiado ponderou durante a reunião da semana passada que a elevação da Selic nesse momento não seria “recomendável” já que mudanças previstas para o crescimento da economia internacional nos próximos anos tenderiam a impactar o aumento dos preços no mercado brasileiro e a frear a inflação.
“Parte do comitê, entretanto, pondera que está em curso uma reavaliação do crescimento global e que esse processo, a depender de sua intensidade e duração, poderá ter repercussões favoráveis sobre a dinâmica dos preços domésticos. Para esses membros do Comitê, não seria recomendável uma ação imediata da política monetária”, diz a ata. De acordo com o texto, porém, “essa visão não foi respaldada pela maioria do colegiado.”
Juros mais altos
Para tentar conter a inflação elevada, o Copom decidiu, em sua última reunião, no dia 17 de abril, elevar a taxa de juros de 7,25% para 7,5% ao ano – a primeira alta da Selic desde julho de 2011 – quando a taxa subiu de 12,25% para 12,5%. A taxa de 7,25% era o menor patamar histórico da Selic e vigorava desde outubro de 2012.
A alta dos juros não foi unânime entre os membros do colegiado: foram seis votos a favor e outros dois pela manutenção da taxa em 7,25%. Votaram pela elevação: Alexandre Tombini (presidente do BC), Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques. Já pela manutenção em 7,25%, votaram os membros Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira da Silva.
Já esperada por parte dos analistas de mercado, a decisão da semana passada interrompe o período de juros na mínima histórica, que nos últimos meses havia levado ao barateamento do crédito, com consequente aumento do consumo pelas famílias brasileiras. Com a subida dos juros, o BC pretende justamente desestimular o consumo interno e, com isso, interromper a alta dos preços.
G1